Carregar um sobrenome materno tão diferente já foi muito difícil.
Quando criança, então, sofri muito por causa dele, agüentando gracejos
e insinuações: criança é muito cruel! Mas depois, acostumei, e fiz
dele meu ponto de referência. Tornou-se minha marca registrada e passou
a destacar minha passagem pelos cadastros a que eu pertencia. Qualquer
um esquece uma Regina - mas quem esquece CASCÃO?
Em março de 1999 resolvi saber mais sobre as minhas raízes. E o sobrenome
diferente foi meu ponto de partida. Hoje já tenho catalogados 9 (nove)
ramos diferentes só no Brasil, sem que eu tenha conseguido entrelaçá-los...
AINDA! O ancestral mais remoto que pude identificar até agora é português,
e as gerações mais antigas são originárias das regiões de Vila do
Conde, Póvoa do Varzim e Beiriz.
Muito do que aqui se encontra deve-se a um primo, o médico pernambucano
Arthur Siqueira Cavalcanti Jr que, com os dados publicados em seu
livro (em edição particular) de 1978, "Reminiscências de Uma Vida",
alavancou sobremaneira meu arquivo de dados. A mãe dele era irmã de
minha bisavó Amélia, que era uma Cascão que se casou com Cascão, como
naquele tempo tanto se fazia.
Da mesma forma, a excelente Fundação Joaquim Nabuco, de Recife-PE,
e em especial seu Departamento de Iconografia, têm sido um provedor
de dados e uma fonte de de consulta de inestimável valor. Muitas das
fotos que se podem ver aqui foram obtidas por meio da séria e eficiente
Fundaj.
Ressalto, também, a ajuda sempre pronta e ágil de amigos, parentes
próximos e distantes, e participantes de listas virtuais de discussão
de Genealogia.
Nesses dois anos de estudo e pesquisa consegui não apenas nomes -
estáticos e frios - mas uma História, algo que me reconforta e orgulha,
porque feita por gente comum: portugueses que vieram radicar-se no
nordeste brasileiro fizeram das minhas origens algo de sólido e que
me apraz divulgar.
Depois de conhecer a terra onde aportaram os aventureiros Cascão
portugueses, pude entender a fortaleza dela e sua importância para
o nosso país. Depois de conviver com aquele povo, digo sem titubear
que não me importam possíveis comendas ou brasões desses antepassados,
porque a nobreza que carregam em si está muito além disso, muito além!
Louvo a Deus que me fez brasileira, carioca e carregando nas veias
sangue de gente nascida onde o Brasil aprendeu a Liberdade! Eu agora
também "sou mameluco, sou de Casa Forte/sou de Pernambuco/eu sou o
Leão do Norte"!